Antes de nascer, entre o sexto e o sétimo mês de gestação, o bebê já consegue identificar a claridade dentro do útero. Ao nascer, ainda com a visão embaçada, ele consegue perceber tudo o que estiver numa distância de 15 a 40 centímetros.
O mais interessante é que o contato da mãe com filho no momento da amamentação permite que o espaço entre eles fique menor e, assim, o recém-nascido passa a observar os detalhes do rosto da mãe. É importante que neste momento ela também olhe pra ele, iniciando, assim, a intimidade. O bebê distingue melhor objetos de cores fortes, por isso, na hora de enfeitar o berço, o ideal é não usar tons claros, pois não chamará tanto a atenção.
Até o terceiro mês de vida, o nenê terá dificuldades com o alinhamento dos olhos; nem por isso ele terá estrabismo. É que os músculos laterais ainda estão se desenvolvendo, com o tempo tendem a se ajustar. À medida que o bebê cresce, a visão vai ficando mais nítida. Especialistas em neuropediatria afirmam que somente a partir dos seis meses as conexões dos nervos da retina como cérebro ficam prontas, possibilitando a evolução da visão. E por volta dos 2 anos de idade enxergam como um adulto. Em contrapartida, o recém-nascido tem um olfato muito apurado.
Mesmo com toda a dificuldade de enxergar, a visão é o primeiro sentido utilizado pelo bebê. Desta forma, ele expressa o que sente e se descobre. Entre os 6 e 8 anos de idade, há o completo desenvolvimento neurológico do infante, por isso, nesta fase, é importante perceber se existe algum problema de visão; quando ainda é possível ter maior eficácia no tratamento. O responsável deve ficar atento se a criança enxerga bem dos dois olhos (estrabismo), se há reflexo branco ou amarelo (possível observar em fotografias), pupila ou córnea esbranquiçada, olho que lacrimeja muito ou intolerância à claridade.
A vista amadurece justo no momento em que as crianças estão saindo da fase da educação infantil e ingressando no período em que começam a aprender a ler e a escrever, observando o quadro-negro nas salas de aula. A alfabetização é o momento em que são descobertos os problemas com a visão. É quando a criança mais precisará enxergar bem. Para evitar este transtorno, o ideal é fazer a primeira visita ao oftalmologista pediátrico aos 3 anos de idade. Claro, se, até então, a criança não tiver apresentado nenhum problema ocular e nem tenha casos de doenças de visão na família; caso contrário, o médico deve ser procurar no momento em que for observado qualquer tipo de problema neste órgão.
São nas fases da infância e adolescência quando se manifestam os problemas oculares, pois a criança será exposta a atividades que demandam maior atenção e utilização da visão. O contato com o quadro-negro, a intensificação dos trabalhos que envolvem leitura, o uso do computador etc. É possível que a criança não sinalize que tem algum problema visual, mas alguns comportamentos podem chamar a atenção:
Dificuldade de leitura, quando se é preciso aproximar o objeto de leitura dos olhos ou se é necessário afastá-lo; ou uma sensação de uma nuvem de fumaça sobre seus olhos;
Piscar muitas vezes ao focalizar algum objeto ou durante a leitura; Sensibilidade exagerada à luz. Dificuldade em abrir os olhos em ambientes claros e lacrimejamento; Inflamação frequente localizada nas pálpebras (terçol), como se fosse uma espinha grande, deixando a região avermelhada e inchada;
Dores de cabeça durante ou após a leitura ou assistir à televisão;
Tonteiras que aparecem, frequentemente, durante a leitura.
Caso seja percebido algum sintoma citado acima, o ideal será procurar um oftalmologista para que sejam realizados exames específicos para detecção de problemas com a visão, dentre eles: a miopia – dificuldade de enxergar de longe –, hipermetropia – dificuldade de enxergar de perto –, astigmatismo – dificuldade de focar na imagem – e embaçamento.
Fonte: Revista Veja Bem - Edição: 02, pg 10 Responsável Técnico: Dr. Daniel Nogueira CRM-MS 5728 / RQE Nº 3333 https://www.hospitaldosolhosdourados.com.br (67) 3033-9292